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Do excesso ao sucesso: quando emagrecer virou negócio e missão de vida

Publicado em 02/06/2025, às 15h46
Imagem Do excesso ao sucesso: quando emagrecer virou negócio e missão de vida

Por Fernanda Moura especial para o TNH1

A obesidade é um grave problema de saúde pública, em toda a sua complexidade, que envolve não somente o peso corporal, o funcionamento dos órgãos, a regulação hormonal e a vida social. Por outro lado, os desafios que ela impõe podem gerar inúmeras histórias de superação, inovação e até de empreendedorismo.


Em Maceió, não faltam casos em que a luta contra essa doença se tornou o ponto de partida para histórias de criatividade e negócios com propósito. Thaís Borges e Paula Marinho, duas mulheres determinadas, transformaram desafios pessoais ligados à obesidade e à cirurgia bariátrica em empreendimentos que hoje impactam positivamente a vida de muitas pessoas e fomentam a economia local.


Thaís, 46 anos, viu na necessidade do marido, que perdeu 70 kg após a cirurgia bariátrica, a oportunidade de inovar no mercado de alimentação saudável. Já Paula, nutricionista de 57 anos, foi motivada pelas dificuldades enfrentadas pela irmã no pós-operatório para criar alimentos que realmente atendessem às necessidades do paciente bariátrico, respeitando a cultura e o paladar brasileiros.


Essas trajetórias estão inseridas em um contexto preocupante: em Maceió, cerca de 22% das mulheres e 17,5% dos homens vivem com obesidade, segundo dados da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (ABESO). Diante desse cenário, iniciativas locais como as dessas duas empreendedoras mostram que é possível transformar dor em missão de vida e sucesso nos negócios.

O peso dos números

A obesidade no Brasil afeta mais de 31% da população adulta, segundo o Atlas Mundial da Obesidade 2025. O número de cirurgias bariátricas cresce a cada ano. Em 2022, mais de 70 mil procedimentos foram realizados em todo o país. Em Alagoas, a situação segue essa tendência, com cerca de 20% da população adulta acima do peso.


Além dos impactos na saúde, o custo econômico também é significativo. Estima-se que, até 2035, os gastos relacionados ao tratamento da obesidade ultraem US$ 75 milhões, incluindo despesas hospitalares, medicamentos e perda de produtividade.

Thaís Borges e Barulhinho Bom: quando o cuidado vira negócio e conquista o Brasil


“Quando meu marido ou pela cirurgia bariátrica, percebi que encontrar alimentos saudáveis, íveis e sem culpa era muito difícil”, relembra Thaís Borges. Durante uma viagem à terra natal do casal, em Cuiabá (MT), ele se lembrou de um snack da infância: o chips de banana verde.


“Ele trouxe alguns desses chips de lá, e então eu convidei a mulher que fazia esse produto em Cuiabá para vir até Alagoas me ensinar. Foi assim que aprendi a produzir o chips de banana verde sem casca”, conta Thaís. Na época, ela já estava estruturando uma pequena indústria em Marechal Deodoro (AL) e, após aprender essa primeira receita, seguiu sozinha no desenvolvimento de chips de outros ingredientes, como batata-doce e macaxeira.

Thaís e o esposo: apoio após bariátrica/ Thaís e suas matérias-primas
“Ela não sabia fazer esses outros. Então, ei três meses testando, errando e criando até chegar ao ponto certo”, explica. Diferente dos chips tradicionais, seus produtos são semidesidratados e am por um choque térmico, o que garante crocância, selagem, sabor e preservação das propriedades nutricionais.
Matéria-prima colhida no campo

O que nasceu de uma necessidade familiar virou missão. Thaís, que já empreendia há 11 anos no setor de hotelaria, deixou tudo para se dedicar à Barulhinho Bom, uma marca de snacks saudáveis, livres de glúten, lactose e com baixo teor de sódio, feitos com matérias-primas da agricultura familiar de Alagoas. “Eu não estava apenas vendendo chips; estava oferecendo uma solução saudável, que gera impacto social e valoriza nossa cultura”, reflete.


O apoio do Sebrae Alagoas foi essencial para transformar o projeto em um negócio estruturado. Thaís participou do programa Sebrae Delas, recebeu mentorias, consultorias e fez parte de missões empresariais, como a visita à feira Naturaltech, em São Paulo. “Foi na Naturaltech que percebi que nossos produtos, com raiz alagoana, tinham mais sabor e mais identidade. Ali, entendi que a Barulhinho Bom não era só para Alagoas, era para o Brasil e para o mundo”, afirma.


Esse caminho levou Thaís ao Prêmio Sebrae Mulher de Negócios, no qual, em 2022, conquistou o prêmio nacional, o mais importante reconhecimento para mulheres empreendedoras no país.

Thaís recebendo o Prêmio Sebrae Mulher e ao lado expondo seus famosos chips


Hoje, além dos chips, Thaís prepara a expansão da marca com o Barulhinho Bom Granel, um modelo de lojas em contêineres, onde os clientes poderão montar seus próprios potes com snacks e outros produtos naturais.


Mais do que um negócio de sucesso, a Barulhinho Bom é uma rede de impacto social. Atualmente, gera 16 empregos diretos e beneficia 21 famílias da agricultura familiar, todas envolvidas na produção, desenvolvimento e entrega de produtos que carregam sabor, saúde e propósito.

Equipe: 21 famílias envolvidas na produção, desenvolvimento e entrega de produtos

Paula Marinho: transformando pesquisa em caldos funcionais para o pós-operatório

Paula Marinho, nutricionista, viu de perto a complexidade do pós-operatório da cirurgia bariátrica dentro da própria família. Quando sua irmã ou pela cirurgia e enfrentou dificuldades alimentares no pós-operatório, Paula percebeu que faltava no mercado um alimento adequado, nutritivo e que também fizesse sentido dentro da cultura alimentar brasileira.
Os caldos de Paula e a publicidade nas redes sociais

“Comecei a pesquisar alternativas junto com minha colega Caterine Frazão. Ela tinha uma amiga do Norte do Brasil que havia produzido um e-book sobre alimentação para esse público e, a partir desse material, começamos a adaptar as receitas, ajustando ingredientes, sabores e consistência para a nossa realidade”, explica Paula.


Foi assim que nasceram os caldos da BariNutri, desenvolvidos para oferecer nutrição, praticidade e acolhimento em um dos momentos mais desafiadores da jornada do paciente bariátrico. Produzidos em uma cozinha profissional na região metropolitana de Maceió, os caldos am por rigorosos testes de qualidade, são feitos com ingredientes naturais e pensados para as diferentes fases da recuperação.


“A ideia é que cada pote seja um ‘abraço líquido’, que ajude na cicatrização, na manutenção da energia e no bem-estar do paciente”, reforça Paula.


Assim como Thaís, ela também contou com o e do Sebrae Alagoas, que foi fundamental na profissionalização do negócio. “O Sebrae trouxe para mim e para minha sócia conhecimento sobre gestão, controle financeiro, formalização e estratégias de venda. Foi uma virada de chave”, destaca.


Além dos caldos, Paula criou a Estação Pudim, uma linha de sobremesas saudáveis, e prepara o lançamento do Platô Bariátrico, um prato pensado especialmente para pacientes que aram pela cirurgia há anos e agora enfrentam o desafio do reganho de peso, oferecendo uma refeição equilibrada, saborosa e nutricionalmente adequada para esse público.


Nutrição no pós-operatório: mais do que alimentação, é cuidado e recuperação
Jane Viana, nutricionista e educadora física, ou pela cirurgia bariátrica e, mesmo conhecendo os desafios, sentiu na prática como o pós-operatório exige atenção. “Os caldos da BariNutri foram um verdadeiro abraço. Ajudaram-me a manter a nutrição, sem enjoos, e facilitaram minha rotina”, conta.


A nutricionista Marianna Moura, que acompanha Jane, reforça que o sucesso da bariátrica vai muito além da cirurgia. “O acompanhamento nutricional é fundamental para corrigir deficiências e adaptar a alimentação em cada fase, garantindo segurança na recuperação e resultados sustentáveis.” Ela destaca ainda que estratégias como o uso dos caldos da BariNutri e snacks saudáveis, como os da Barulhinho Bom, tornam o processo mais leve, prático e nutritivo.

Jane Viana nutrição no pós-operatório acompanhada pela nutricionista Marianna Moura

Mais do que dieta, o cuidado inclui hidratação, saúde mental, atividade física e acompanhamento com uma equipe multidisciplinar.

Empreender para fazer a diferença


No Brasil, 67% da população adulta está envolvida em alguma atividade empreendedora, e mais de 405 mil novas empresas foram abertas em 2022, segundo dados do Sebrae e do IBGE. Esse movimento impulsiona não só a economia, mas também a criação de soluções inovadoras para problemas sociais e de saúde.


Empresas como Barulhinho Bom e BariNutri ilustram como empreender pode ser um caminho para gerar impacto positivo, valorizando a cultura local e promovendo saúde.


O Sebrae Alagoas, que tem uma atuação forte no apoio a pequenos negócios, oferece consultorias, capacitações e mentorias que vão desde o planejamento financeiro até o desenvolvimento de estratégias de marketing e inovação. Thaís e Paula atribuem o crescimento dos seus negócios à orientação técnica e ao e contínuo que receberam.


Mais do que números, o que essas histórias revelam é o poder de transformar desafios pessoais em oportunidades coletivas. O empreendedorismo em Alagoas mostra que é possível, com criatividade, dedicação e e adequado, construir negócios que mudam vidas, dos fundadores, das famílias e da comunidade.

Thaís e Paula transformaram desafios em propósito e paixão

Essas mulheres provaram que o caminho para o sucesso pode começar em um momento difícil e que a verdadeira força está em transformar esse desafio em algo maior, com propósito e paixão.

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